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7 de outubro de 2019

Lei anticanudos se populariza pelo país

Imagem: Gazeta do Povo

Aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em abril, projeto de lei anticanudos também foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, aprovou medida semelhante, para valer em todo o Estado de São Paulo.

O projeto de lei anticanudos prevê que estabelecimentos comerciais sejam proibidos de distribuir canudos plásticos para o consumo de bebidas. A lei foi sancionada pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB) dia 13 de julho.

A cidades litorâneas de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Rio Grande (RS) e todo o estado do Rio Grande do Norte já sancionaram leis de proibição dos canudos e outros plásticos descartáveis. 

De autoria do deputado estadual Rogério Nogueira (DEM), o texto estipula multa para quem descumprir a lei, com valor de aproximadamente R$5.300. Se o espaço não cumprir com as medidas até o sexto aviso o estabelecimento será fechado. Todo o dinheiro recolhido a partir das multas será investido nas questões ambientais. 

Um dos artigos do projeto estabelecia o prazo de um ano para que a lei fosse implementada, mas ele foi vetado pela gestão de Dória, que o classificou como "inconstitucional" ao argumentar que a determinação de prazos deve ser realizada pelo poder Executivo. Logo, não há nenhum prazo oficial para que a lei seja regulamentada. Porém, já está sendo colocada em prática em vários locais, inclusive no município de Bauru. 

No Rio de Janeiro, onde a lei foi aprovada em julho de 2018, discussões fizeram com que a mesma fosse substituída por outra, em janeiro desse ano, ampliando a permissão de canudos de qualquer material biodegradável, desde que não fossem de plástico ou oxibiodegradável.

A poluição pelos canudos
O principal motivo para que a lei fosse aprovada foi a forma que o material plástico é descartado na natureza. Estudos demonstram que o canudo plástico leva de 200 a 400 anos para se decompor. Um dos maiores problemas é que o material facilmente descartado de forma irregular e acaba indo para os oceanos, causando a morte de animais.

A proibição visa o combate à poluição do meio ambiente e evita que animais marinhos morram com a ingestão de materiais de plásticos. A previsão é de que até 2050 haverá mais plástico que animais nos oceanos, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

Os canudinhos representam 0,03% das 6 milhões de toneladas de plástico produzidas pelo Brasil em 2016, segundo dados do IBGE divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). E ainda, uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração da USP (FIA) em 2016 mostrou que apenas 26% das embalagens plásticas são recicladas. 

Desafios da nova lei
Na atual sociedade, é quase impossível sobreviver sem o uso do plástico. Por ser mais acessível e prático, o plástico está presente em quase todos os setores da da vida urbana. O projeto pode prejudicar previamente os comerciantes e consumidores, justamente pela praticidade dos canudinhos de plástico. 

Porém, um dos maiores impasses para essa lei são as pessoas com deficiência. Segundo a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), as opções de metal, vidro, bambu e papel nem sempre são indicadas por não permitirem uma boa posição para sucção, além da inflexibilidade, alto custo, risco de ferimentos e perigos com líquidos quentes. 

Dicas de como diminuir o descarte de lixo: 

- Evitar embalagens desnecessárias; 
- Preferir materiais reutilizáveis como biodegradáveis, vidros e papel; 
- Reaproveitar sacolas plásticas como sacos de lixo; 
- Descartar o lixo reciclável separadamente; 
- Usar resto de alimentos para produzir adubo. 

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